Marketing
*
Marca
*
Comunicação
*
Negócio
flairb*

No dia em que a Pantone anunciou a cor do ano 2026, as redes fizeram o que sabem fazer melhor: reagiram rápido. Alguns chamaram de ousadia silenciosa, outros perguntaram se “branco conta como cor”. Entre memes minimalistas, posts reflexivos e diretores de arte defendendo o espaço em branco com paixão, uma coisa ficou clara: Cloud Dancer provocou conversa.
E talvez esse tenha sido o ponto desde o início.
Em um feed saturado de cores vibrantes, estímulos incessantes e marcas disputando cada segundo de atenção, a Pantone apresentou um tom que não compete. Cloud Dancer desacelera. É um branco suave, quase etéreo, que parece pedir licença antes de entrar em cena. E justamente por isso, chamou tanta atenção.
Na publicidade, a escolha faz todo sentido. Cloud Dancer não é sobre ausência, é sobre intenção. Ele cria respiro visual, transforma o fundo em estratégia e devolve protagonismo à mensagem. É a cor que entende que impacto não vem só do excesso, mas do controle.
Esse mesmo raciocínio ecoa no cinema em Encontros e Desencontros (Lost in Translation). O filme constrói sua força nos intervalos, nos silêncios e nos enquadramentos que deixam espaço para o espectador sentir. Assim como Cloud Dancer, ele confia no vazio como parte da narrativa. Nada é apressado, nada é sublinhado. A emoção acontece porque há espaço para ela existir.
O Cloud Dancer assume um posicionamento sem excessos, com espaço e pausa para pensar. É uma ode contra a pressa, que traz oportunidade para criar. É uma tela em branco que deixa de ser neutra e passa a ser editorial. Ele organiza, destaca e cria experiência.
Talvez por isso o lançamento tenha dividido opiniões nas redes. Cloud Dancer não agrada quem busca impacto imediato. Ele conversa com quem entende que comunicação também é respiro. Em 2026, a Pantone não lançou apenas uma cor. Lançou uma pergunta incômoda para o mercado criativo: o que estamos comunicando realmente entrega a mensagem certa?