Ver
Escolha

Marketing

*

Marca

*

Comunicação

*

Negócio

flairb*

Porto Alegre

Av Carlos Gomes, 1000 - 5ºAndar
F* +55 51 3039.5757

São Paulo

Rua Irmã Gabriela, 51
F* +55 11 5461.1021

Conteúdos
  • Home
  • Blog
  • A sátira está com os dias contados?

A sátira está com os dias contados?

Categoria  Comunicação
Data:  Jun 2025
Autor:  mariane

Você provavelmente já deve ter ouvido falar em “The Marvelous Mrs Masel”, e se ainda não ouviu, fica aí uma dica de excelente entretenimento. A série da Amazon Prime Video é muito mais do que um drama bem-humorado sobre o início da comédia stand-up nos Estados Unidos. Ela é um retrato da tensão entre o riso e a repressão, entre o humor e os limites impostos pela sociedade, pela moral e pelo Estado. E aqui, entra o protagonista real dessa história: o humor ácido.

Esse tipo de humor é, em essência, um espelho incômodo. O objetivo não está em apenas rir da tragicomédia que é a vida, mas provocar, escancarar o absurdo, expor a hipocrisia. É a risada que vem com uma pontada de culpa e é justamente por isso que ele tem sido, historicamente, uma das formas mais poderosas de crítica social.

Na série, Midge desafia o status quo da época com tiradas que questionam o papel da mulher, a religião, a política e a moral. Assim como ela, comediantes da vida real, especialmente nos anos 50 e 60, enfrentaram as consequências de ultrapassar o “bom tom” estabelecido. Não soa familiar? Nomes como Lenny Bruce se tornaram símbolos desse tipo de humor, junto a outros humoristas que passaram por censura, retaliações ou perderam espaços na mídia.

Curiosamente, o mesmo espírito provocador do humor ácido começaria a transbordar para outros territórios da comunicação. A publicidade também passou a desafiar padrões para se conectar com o público, satirizando situações reais e pensamentos populares. Ícones como o personagem “Tiozão da Sukita”, com humor direto e irreverente, e campanhas marcantes como a do Boticário com Mariana Ximenes, que utilizava frases de duplo sentido para o dia dos namorados, mostraram que provocação é o caminho mais eficaz para chamar a atenção. Assim como os comediantes nos palcos, as marcas passaram a entender que ser autêntico e até polêmico, muitas vezes, funciona melhor do que seguir a fórmula de ser o “bom samaritano”. Mas o que aconteceu com a era de ouro da publicidade?


Sempre é bom lembrar que a liberdade, seja de expressão ou de imprensa, é o que permite que ideias circulem e que pensamentos sejam confrontados. O humor ácido, a sátira política e as campanhas publicitárias cumprem o papel de modular e questionar os limites do discurso, garantindo que o pensamento livre continue existindo. Até porque, esse direito não foi concedido, mas conquistado. Mas em meio à cultura cibernética, será que ele ainda está realmente seguro?

Há muito tempo se tem debatido a cultura do cancelamento, que embora tenha surgido como resposta à responsabilização por discursos ofensivos, acabou se tornando um ambiente hostil ao pensamento livre. Em vez de estimular o debate, impõe o silêncio, transformando discursos e manifestações artísticas, frequentemente interpretativos ou fora de contexto, em sentenças definitivas. O medo de ser “cancelado” inibe a criatividade, sufoca opiniões divergentes e empobrece o diálogo público.

No Brasil, é muito comum que o público confunda o artista com o personagem que ele interpreta, resultando em julgamentos precipitados e até ataques pessoais. Não muito tempo atrás, a atriz Marieta Severo levou uma pedrada na rua por conta da vilã que interpretava em uma novela. Se ainda temos dificuldade de diferenciar o que é arte (seja do absurdo, popular ou interpretativa) e o que é discurso real, precisamos questionar até que ponto a sociedade brasileira e o estado podem ditar os limites da comunicação.

Ainda está esperando falarmos do caso Léo Lins? Ah, não. Essa pauta é muito maior do que ele.

 

Quer deixar sua marca? Nós o ajudaremos a
transformar seu projeto em uma história de sucesso.

Fique atualizado com as
últimas notícias assinando
nossa newsletter!

Flairb*
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.